Parte V - Iris Bravo
Vitória manteve-se imóvel e em
silêncio, a respirar superficialmente e arrependida daquela decisão pouco
sensata. A constatação de que ninguém sabia onde estava e que dependia apenas
de si própria fazia-a transpirar das mãos com as quais se apoiava num pedaço de
metal frio.
Ouviu um assobio, o cão correu na
direção do som e percebeu que os passos pesados se afastavam. Após alguns
minutos, durante os quais não se atreveu a sair do seu esconderijo, distinguiu
novas vozes masculinas dentro do barco e reconheceu a voz rouca do marinheiro
do dia anterior; esta falava sobre um chefe, que aguardava a encomenda e iria
ficar satisfeito. A par da conversa que tentava escutar, sentiu movimentações e
sobressaltou-se com o ruído áspero de um motor a trabalhar.
Quando ganhou coragem para espreitar
por trás do bidão que a resguardava, estremeceu ao descobrir que estava a ser
vigiada. Era difícil ter a certeza devido à penumbra e ao primeiro encontro
fugaz, mas ia jurar que era o desconhecido que lhe devolveu o embrulho quando
quase fora atropelada.
O barco afastava-se em direção ao mar
alto, não havia outra escapatória além de se atirar borda fora e tentou
fazê-lo, mas o desconhecido adivinhou as suas intenções e intercetou-a antes
que pudesse saltar. Lutou com toda a sua habilidade para se libertar, mas
poucos segundos depois surgiu outro homem e teve de se render à evidente
desvantagem em que se encontrava.
Enquanto lhe amarravam os punhos,
proferiu insultos e perguntas furiosas, mas não obteve nenhuma resposta. Quando
foi levada para junto do leme, o cão voltou a ladrar à sua volta como se a
reconhecesse, o marinheiro de voz rouca mandou-o sossegar e Vitória foi
percorrida por um pressentimento terrível que a amedrontou ainda mais.
Navegaram em silêncio durante o que
lhe pareceu mais de uma hora, até se verem luzes no meio do oceano e se
vislumbrar o perfil de uma outra embarcação.
Tentou manter a dignidade e o sangue-frio
enquanto era arrastada pelas escadas de acesso da segunda embarcação, esta de maiores
dimensões. Quando o viu à sua frente não reprimiu um gemido de estupefação.
— Olá, Vitória. O passeio noturno foi
bom? Reparaste na estrela polar ali na cauda da ursa menor?
Não podia ser ele ali à sua frente, a
falar-lhe sobre astronomia. Precisava de respostas e tinha muitas perguntas,
mas a primeira que o choque lhe permitiu pronunciar foi:
— O que estava dentro do pacote que
entreguei ontem?
Ele esboçou um meio sorriso indecifrável.
— Referes-te ao pacote que era
suposto entregares sem voltar a pensar no assunto? Mas claro que desconfiaste
que a missão não era linear e recusaste ser um mero peão da tua chefe. O pacote
vai-me ser útil, mas não é insubstituível ou passível de obter por outros
modos. A encomenda mais importante eras tu. Bem-vinda a bordo.
Bem-vinda à boca do lobo,
pensou.
Iris a fazer uma reviravolta chocante, a Iris é incrivel a escrever as cenas de tentativa de fuga e de sequestro e aqui arrasou novamente. Final interessante, vamos la ver o que se segue :)
ResponderEliminarQue grande reviravolta 🙆♂️
ResponderEliminar:o que reviravolta!!
ResponderEliminarEspetacular Iris adorei 👌👏👏
ResponderEliminarÉ o dedo da paixão que aí vem... parabéns Íris. Patrícia Barbosa
ResponderEliminarMuito bom, um capítulo curto e com tanta coisa 👍! Sou só eu que estou a adorar?
ResponderEliminar👏👏👏 Beeemmm! Grande reviravolta. Adorei!
ResponderEliminarMais uma reviravolta muito bom. Estou a adorar e muito curiosa em ler a continuação e o final. A Iris a mudar o rumo da história mas muito bem feita esta mudança na história. Parabéns
ResponderEliminarAi estou chocadíssima com esta reviravolta. Este conto está a ficar cada vez mais interessante. Parabéns a todos
ResponderEliminarGrande reviravolta Iris, adorei!!!!! Parabéns!!!!
ResponderEliminarParabéns Iris! Estou cada vez mais embebida na escrita!
ResponderEliminarMuitooos parabéns, Íris!!!!!!!!!!
ResponderEliminarSimplesmente, adorei esta reviravolta...estou chocada!
Ansiosa pelo próximo :-)
👍👏
ResponderEliminarUauuuuu, Iris...ainda a digerir o que li. Muito, mas muito bom.
ResponderEliminarA trama deu uma volta... quem é o fulano, o colega, o Pedro...fiquei muito curiosa.
Li os dois livros da Iris e fiquei fã. Embora ache a Iris uma romântica, aqui no conto revelou-se mais pelo adensar do mistério.
Vou continuar.
UAU! Grande reviravolta! Adorei!
ResponderEliminarOMG!!!! E agora??? Estou a ficar em "pulgas" para saber quem é este novo elemento que já sabia da missão da Vitória. Será o Gonçalo???.....
ResponderEliminarMuita ação neste capítulo! Boa Íris, gostei muito 😀
ResponderEliminarWhat? Que reviravolta foi esta, Iris? ahahah Já devia estar à espera de que da Iris só podia vir coisa surpreendente, tendo em conta o seu magnífico "Terceira Índia" (e a continuação "A Nova Índia").
ResponderEliminarADOREI e agora é que estou mesmo em pulgas para saber o desfecho.
Tchan tchan tchan tchan 🤪
ResponderEliminarEspetacular a forma como cada um direciona a história! Adorei o twist e a escrita :)
Wau...não estava nada à espera desta reviravolta. Muito bom...quem será o safado que engendrou tudo? Em pulgas para ver o próximo capítulo.
ResponderEliminarParabéns!
Wow a Iris imprimiu aqui um ritmo, uma aventura. Agora isto aqueceu...
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